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Baterista do Motörhead diz que banda acabou

"Não faremos mais turnês. E não haverá mais discos", declarou Mikkey Dee

Por: AFP
Fotos: Divulgação

A morte do líder do emblemático grupo britânico “Motörhead”, Ian “Lemmy” Kilmister, também significa o fim do grupo, garantiu nesta terça-feira o baterista da banda, Mikkey Dee, ao jornal sueco Expressen. “Acabou o Motörhead, é claro. Lemmy era o Motörhead, mas a banda vai continuar viva na memória de muitas pessoas”, disse Dee.

“Não faremos mais turnês. E não haverá mais discos. Mas a marca sobrevive e Lemmy vive nos corações de todos”, acrescentou. O baterista aplaudiu a coragem de um homem que seguiu cantando e tocando apesar do câncer. A doença que foi diagnosticada dois dias depois de seu aniversário de 70 anos e dois antes de sua morte.

“Ele estava terrivelmente exausto. Gastava toda a sua energia no palco e estava muito cansado (…) É incrível como conseguia atuar”, disse ele. Figura emblemática do rock e considerado um dos pioneiros do heavy metal, o cantor britânico morreu em sua casa em Los Angeles (Califórnia) na segunda-feira.

A notícia de sua morte provocou uma corrente de reações e homenagens à sua criatividade e longevidade artística.

“Aparentemente, eu sou indestrutível”

Figura emblemática da trilogia “sexo, drogas e rock’n’roll”, invariavelmente vestido de preto, com seu chapéu e botas de caubói, e rosto emoldurado por cabelos longos, o músico se tornou um ícone, cuja fama ultrapassou o círculo de fãs de hard rock.

Se seus problemas de saúde o levaram recentemente a substituir o uísque pela vodka (menos prejudicial para o diabetes, segundo o próprio artista), seus excessos eram tão lendários que a questão da sua morte voltava regularmente às entrevistas. “Aparentemente, eu sou indestrutível”, disse em agosto ao jornal britânico “The Guardian” para marcar o lançamento do 22º álbum de estúdio do Motörhead, “Bad Magic”.

Seu lema, que ele tinha tatuado em seu antebraço, é um resumo de sua vida: “Born to lose, live to win” (“Nascido para perder, viver para ganhar”, em tradução livre). Seu pai, um ex-capelão do exército britânico, abandonou sua mãe logo depois que ele nasceu, em 24 de dezembro de 1945. Filho único, criança solitária, Ian Kilmister cresceu na ilha de Anglesey, no extremo norte de Gales, onde ganho o apelido de “Lemmy”.

Mais interessado em cavalos, meninas e guitarra do que pelos estudos, trabalhou numa fábrica antes de tentar a sua sorte em Londres, em pleno movimento de contra-cultura. Integrou em 1971 a banda de space-rock Hawkwind como vocalista e baixista. Quatro anos depois, foi preso durante uma turnê canadense por posse de anfetaminas e acabou sendo expulso do grupo.

De volta a Londres, ele decidiu fundar sua própria banda que ele queria que fosse “acelerada e viciante como o MC5”, um pioneiro do punk americano. Depois de pensar em “Bastard”, escolheu o nome de sua última canção que ele escreveu para Hawkwind: “Motörhead”, uma gíria para os consumidores de “velocidade”.

Naquele momento, onde o punk varria o mainstream do rock progressivo, Motörhead apostou mais rápido e mais forte do que todos. O álbum “Ace of Spades” (1980), seguido pelo “No Sleep ‘til Hammersmith” (1981), estabeleceram a banda como um dos maiores nomes do hard rock.

Apesar de uma alta rotatividade de seus membros (Lemmy foi o único sobrevivente da formação original), o som do grupo deixou de evoluir nas décadas seguintes. Tendo inspirado muitos adeptos do heavy metal – entre eles Metallica – Lemmy Kilmister encontrou uma etiqueta redutora e ressaltava que suas canções eram enraizadas na rocha de Little Richard e Chuck Berry.

Os temas das canções do Motörhead ecoavam muitas vezes as obsessões tradicionais do gênero: carros velozes, ódio pela autoridade e a promessa do inferno. Mas Lemmy também era um homem que gostava de debater questões sociais, além de ser alguém apaixonado por história, especialmente as duas guerras mundiais.

Ele era conhecido por colecionar lembranças do Terceiro Reich, que enchiam seu apartamento em West Hollywood. Sua paixão provocava polêmica, mas ele defendia-se de ser um admirador do nazismo. O homem, que se gabava de ter acumulado centenas de conquistas amorosas, teve um filho reconhecido, Paul.

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