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Agronegócio

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Crise no leite: Entidades sugerem que municípios decretem situação de calamidade

Produtores querem intervenção no mercado, nas importações e compras institucionais, além da adoção de subsídios à produção e anistia de dívidas, investimentos e custeios junto aos agentes financeiros.

Por: Da Redação

Pressionados pela crise enfrentada pela cadeia do leite no Rio Grande do Sul, representantes de entidades e do poder público de Tiradentes do Sul defendem que os municípios decretem situação de calamidade, construam uma pauta de negociações com os governos federal e estadual sugerindo a intervenção no mercado, nas importações e compras institucionais, além da adoção de subsídios à produção e anistia de dívidas, investimentos e custeios junto aos agentes financeiros.

As propostas foram apresentadas na tarde desta quinta-feira (19) ao deputado estadual Altemir Tortelli (PT) pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, Cleonice Back, para que o parlamentar atue na articulação entre municípios, no parlamento e junto aos governos estadual e federal. “Nunca passamos por uma crise tão complexa quanto esta, estamos pagando para trabalhar”, advertiu Cleonice, que é produtora de leite. “Muitos produtores mantêm a atividade porque não têm alternativas e fizeram um alto investimento para produzir leite, inclusive financiando a aquisição de animais que são um patrimônio”, acrescentou.

Cleonice apresentou um documento que aponta os prejuízos acumulados pelos produtores, pela economia e pela arrecadação de Tiradentes do Sul. Um levantamento das entidades ligadas à produção de leite do município indica uma perda de R$ 4,6 milhões no segundo semestre de 2017, resultado da redução de R$ 0,40 no preço pago pelo litro de leite ao produtor.

A consequência é a descapitalização do agricultor, agravada pelo aumento de 17,62% no preço dos combustíveis e de 29% na energia elétrica nos último seis meses no Rio Grande do Sul. O diagnóstico realizado pelas entidades revela ainda a diminuição de investimentos em alimentação, genética, instalações, máquinas, equipamentos e mão-de-obra, a busca de renda fora das propriedades, inadimplência, doenças como depressão e até casos de suicídio. Estima-se que 25% dos produtores já tenham abandonado a atividade leiteira, principal fonte de geração de renda no município, com a consequente queda na arrecadação de tributos e descapitalização do comércio, fechamento de lojas e demissões de trabalhadores.

O deputado Tortelli tem trabalhado este tema na Assembleia Legislativa, em sintonia com a pauta apresentada nesta terça-feira. Ele lembra que a atividade leiteira está presente e significa a principal atividade produtiva em boa parte dos municípios gaúchos e que vem sendo assolada pela competição do produto importado e ausência de políticas e apoio à produção.

O documento encaminhado ao parlamentar é subscrito também pelo gerente da Unidade Novo Planalto da Cotricampo, João Carlos Pavani;  pelo secretário municipal de Agricultura, José Bobato, e pelos técnicos Eloi Luft (agrônomo) e Alexandre da Costa (veterinário);  pelos extensionistas da Emater Carina Bianchini e  Leandro Vettorello e pelo representante da Unidade da Cresol de Tiradentes do Sul, Egon Konig.

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