A Páscoa é a festa das pedras roladas!
A Páscoa é ativar a brecha do amor e deixar-se encontrar por ele!
A primeira atitude pascal é “buscar” Jesus Cristo! De fato, o evangelho desse domingo, dia da Ressurreição, conta sobre uma grande correria: Madalena que corre, Pedro que corre, o discípulo amado que corre! Todos se tornaram «buscadores» porque algo tinha acontecido: «o sepulcro estava vazio» e o corpo morto de Jesus não estava mais lá!
O que nos torna buscadores é a faísca de amor que habita o nosso coração! Sempre procuramos por amor! A Páscoa é ativar a brecha do amor e deixar-se encontrar por ele! A Páscoa é um grande sim ao amor! A grande mística francesa Simone Weil desenhou de maneira forte e profunda essa imagem: “Deus espera com paciência que eu queira enfim concordar em amá-lo. Deus espera como um mendigo que fica de pé, imóvel e silencioso, na frente de alguém que talvez lhe dê um pedaço de pão. O tempo é essa espera. O tempo é a espera de Deus que mendiga o nosso amor”.
Nossa vocação de “buscadores” é iluminada, hoje, com outra verdade: nem sempre o lugar onde buscamos o amor é o lugar onde ele está. De fato, o amor prefere os espaços abertos e não gosta das prisões: “ide a Galileia, lá vocês me verão!” O sepulcro resta apenas sepulcro!
Tonino Bello convidava a atitude Pascal de “rolar as pedras”para ressucitar: “Vou recorrer à sugestão da pedra que as mulheres, ao chegarem ao jardim na manhã de Páscoa, viram retirada do túmulo. Cada um de nós tem sua própria pedra. Uma pedra enorme, colocada na boca da alma, que não permite a passagem do oxigênio, que oprime com um aperto de gelo, que bloqueia cada raio de luz, que impede a comunicação com o outro. É a rocha da solidão, da miséria, da doença, do ódio, do desespero, do pecado. Somos sepulturas alienadas! Cada um com seu próprio selo de morte! Que a Páscoa seja, então, para todos, o rolar da pedra, o fim dos pesadelos, o início da luz, a primavera de novos relacionamentos, e se cada um de nós, tendo saído de sua tumba, se esforçar para remover a pedra da tumba ao lado, o milagre do terremoto que marcou a primeira Páscoa de Cristo finalmente se repetirá! A Páscoa é a festa das pedras roladas! É a festa do terremoto!”.