Na natureza é possível encontrar uma infinidade de animais que despertam a curiosidade, seja por sua aparência diferente ou hábitos incomuns. E ao contrário dos domésticos, os animais silvestres não podem ser domesticados devido as necessidades de cuidados específicos, além de manterem suas características selvagens próximo aos humanos.

Apesar das orientações, muitos desses animais ainda são encontrados em ambientes domésticos, cativeiros ou perdidos no meio urbano, e precisam ser resgatados.

O amor pela vida silvestre fez com que o biólogo Mauricio Schemes Barreto e sua esposa, dedicassem a vida a cuidar e garantir a liberdade desses animais. “É uma paixão de uma vida toda. Desde criança lembro que me importava em cuidar e resgatar animais”, conta Maurício.

E foi após a graduação em biologia que esse amor se transformou em compromisso. “O cuidado e o resgate passaram a ser mais frequentes, por eu ter um grande conhecimento em comportamento e manejo destes animais. Passei a ser cada vez mais procurado para realizar esse tipo de trabalho de reabilitação”, explica o biólogo.

O resgate de animais precisa ser feito por profissionais qualificados para garantir a segurança de todos os envolvidos. Especialistas alertaram, durante o 2º Encontro Rio-Grandense sobre a Fauna Selvagem em 2023, que até 80% das mortes de animais silvestres acontece durante resgates irregulares. “Esse trabalho requer um conhecimento muito grande em comportamento animal. A melhor forma de salvar é conhecer os hábitos e comportamentos de cada espécie, para que cada animal tenha chance de sobreviver e ser colocado em seu habitat natural”, explica Mauricio.

O biólogo, que ficou responsável pelos cuidados com o jacaré que apareceu no perímetro urbano de Erechim no ano passado, conta que a rotina de um biólogo é diferente e requer disponibilidade a qualquer hora do dia “Os animais filhotes precisam de cuidados frequentes. Muitas vezes é necessário amamentar ou alimentar a cada hora, incluindo a noite. E todo esse trabalho é por conta própria. Todos os gastos em alimentação, transporte e instalações é por minha conta e da minha esposa. Nós arcamos com tudo”, explica Mauricio.

Mas apesar dos gastos e da rotina cansativa, o biólogo garante que se sente grato pelo trabalho. “É muito gratificante ver um animal voltar a vida livre, faz tudo valer a pena. Apesar dos desafios, já que nem sempre podemos salvar todos como gostaríamos, sempre fazemos o nosso melhor para que os animais fiquem bem”, finaliza Mauricio.