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Butantan entrega à CPI documentos sobre 3 ofertas ignoradas pelo governo

De acordo com os documentos que já chegaram à CPI, a primeira proposta do Butantan à Saúde foi feita em 30 de julho de 2020

Por: CNN Brasil

O Instituto Butantan entregou à CPI da Pandemia nesta semana documentos sobre três ofertas de fornecimento de doses da Coronavac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, ignoradas pelo Ministério da Saúde. Na quinta-feira (20), o Butantan enviou à Comissão Parlamentar de Inquérito 18 ofícios das negociações do Butantan com o governo federal para a compra do imunizante. Eles que serão apresentados pelo presidente do instituto, Dimas Covas, durante seu depoimento aos senadores. Os arquivos estão disponíveis no site da CPI. 

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, senador Omar Aziz, disse à CNN neste sábado (22)  que Covas poderá ir ao Senado já na próxima quinta (27). De acordo com o senador, o depoimento do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco deve ser adiado. Ele informou à CPI que ainda se recupera da infecção pelo novo coronavírus.

De acordo com os documentos que já chegaram à CPI, a primeira proposta do Butantan à Saúde foi feita em 30 de julho de 2020, com a oferta de 60 milhões de doses a serem entregues até o fim do ano passado. Nesse ofício, Covas dizia que, “o desenvolvimento de uma vacina segura e eficaz contra a Covid-19” era “a estratégia mais promissora para combater a pandemia do coronavírus”. 

Naquele momento, ainda de acordo com o documento, a vacina do laboratório chinês, encontrava-se “em estágio avançado de desenvolvimento” e que a parceria entre o Instituto Butantan e a Sinovac previa o fornecimento de 60 milhões de doses prontas do imunizante ao Brasil para o uso emergencial em “grupos de risco e profissionais de saúde, a partir da aprovação do registro do produto pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”. 

Nesse mesmo documento, o presidente do Butantan também informou ao ministério que o instituto teria capacidade de produzir 100 milhões de doses por ano a partir de 2021. 

No dia 18 de agosto de 2020, segundo informações apresentadas pelo Butantan à CPI, o instituto reiterou a oferta de 60 milhões de doses ao Ministério da Saúde, mas com novas previsões de entrega: 45 milhões de doses até dezembro de 2020 e 15 milhões no primeiro trimestre de 2021. 

Um mês e meio depois, em 7 de outubro do ano passado, Dimas Covas envia novo ofício ao então ministro Eduardo Pazuello sobre a oferta de 100 milhões de doses da Coronavac, sendo 45 milhões entregues até dezembro de 2020, 15 milhões até fevereiro de 2021 e “40 milhões de doses adicionais poderão ser produzidas até maio de 2021 mediante manifestação imediata deste ministério”. 

O presidente do Butantan fala, então, sobre “uma grande demanda do mercado mundial” pela vacina do laboratório chinês. “Esta é a vacina em estágio mais avançado para a administração na população e com cronograma de entrega de grandes volumes já a partir de janeiro de 2021. Este fato, amplamente reconhecido e bastante divulgado em todo o mundo desencadeou pedidos de fornecimento da vacina por vários países e no Brasil por Estados e municípios”, escreveu.  

“O Instituto Butantan reforça sua posição de Instituição Pública de Saúde cujo único compromisso é o desenvolvimento e a fabricação de produtos imunobiológicos e vacinas para abastecer o Sistema Único de Saúde do Brasil com exclusividade. Não é diferente com a vacina para coronavírus. A vacina produzida pela parceria Butantan-Sinovac destina-se ao Ministério da Saúde do Brasil ao povo brasileiro. Esta é a vacina que pode assistir e proteger de forma mais imediata o povo brasileiro no enfrentamento da pandemia”, seguiu Dimas Covas. 

Pouco tempo depois dessa carta, em 20 de outubro, Pazuello anunciou em reunião com governadores a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. No dia seguinte, no entanto, o então ministro foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro, que mandou cancelar o protocolo de intenção de compra do imunizante. 

Na última quarta-feira (19), em depoimento à CPI, Pazuello disse que “nunca o presidente da República me mandou desfazer qualquer contrato”.

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