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Criando laços: estudantes de Erechim e México trocam de lugar e contam experiência de intercâmbio

Estudantes, que trocaram de lugar por um ano, contam as principais diferenças entre os dois lugares

Por: Da Redação
Fotos: Arquivo Pessoal

Você já pensou no que a cidade de Erechim e o país do México podem ter em comum? Há um ano, a resposta poderia ser diferente, mas Ana Carolina e Sebastian, dois estudantes do Ensino Médio, resolveram aproximar os dois lugares.

Estudante do terceiro ano do Ensino Médio, Ana Carolina Mantovani Brendler, de 17 anos, resolveu unir o desejo de conhecer lugares diferentes com a vontade de estudar outro idioma, e, para ela, a escolha perfeita para essa experiência foi o México. “Escolhi o México pela sua cultura, que me encanta, e principalmente pela culinária, que é diferente da nossa e me sempre me despertou a vontade de experimentar”, conta.

O mesmo sentimento surgiu no mexicano de 18 anos, Sebastian Linares Zurita, pelo Brasil. Entre os cinco países propostos pelo Rotary, como Estados Unidos, Itália, Alemanha e Bélgica, a escolha de Sebastian foi o Brasil. Ele conta que a ideia inicial surgiu dos pais. “A ideia foi inicialmente proposta pelos meus pais e depois de pensar bastante resolvi viver essa experiência. Escolhi o Brasil porque a cultura daqui sempre me pareceu interessante, além do povo brasileiro que sempre pareceu acolhedor e amigável”, relembra Sebastian.

Ana explica que a principal diferença do intercâmbio realizado pelo Rotary é a troca com outro intercambista. “Alguém vai vir viver na sua casa. Não necessariamente do país que você vai, mas algum outro intercambista do mesmo período”, explica.

Foi assim que os dois jovens trocaram de lugar em julho de 2023.

Adaptação

Ana foi para Mérida, capital do estado de Iucatã, uma cidade constantemente procurada por turistas. “Mérida Yucatán é considerada uma das cidades mais seguras do México, e também muito procurada por turistas por conta da sua beleza, cenotes e praias”, conta Ana.

Apesar da beleza, a maior dificuldade da estudante foi enfrentar o calor. “Apesar de ser uma cidade incrível, o calor é muito forte. Em maio a sensação térmica de quase todos os dias eram entre 45ºC á 48ºC graus. Mas também já vivi dias de sensação de 58ºC graus”, relembra.

Já Sebastian conta que foi muito bem recebido em Erechim e que já morou com três famílias diferentes durante a experiência. “A adaptação foi um processo extremamente rápido, me aceitaram e me acolherem muito bem. O Rotary tem como regra morar com três famílias diferentes durante o intercâmbio e em todas foi uma experiência única onde aprendi muita coisa”, conta o jovem.

Sebastian conta que o que mais o deixou surpreso foi a facilidade com que aprendeu português. “Além de espanhol, sou fluente em inglês, mas convivi com pessoas que não entendiam esses idiomas e fiquei pensando como ia conseguir me comunicar com eles. Para minha surpresa, entender português não foi tão difícil quanto eu imaginava. Aprendi ouvindo as outras pessoas conversando, tirando dúvidas e praticando sozinho também”, conta.

Diferenças entre os países

Para Ana a principal diferença entre os dois países está nas combinações de ingredientes e temperos na comida. “No México comi diferentes combinações que jamais pensei em misturar, como por exemplo um prato muito típico, o “mole”, que leva sete diferentes chilis e chocolate. A pimenta também é muito forte e está em tudo: doces, salgados e bebidas. Meu corpo levou um tempo para se acostumar”, relembra.

A estudante conta que um dos momentos mais mágicos e diferentes que já viveu no pais foi o Dia dos Mortos, celebração feita no México para homenagear parentes que já faleceram. “São feitos desfiles de catrinas, que são uma espécie de caveiras, também tem altares nas escolas e casas para as pessoas que já faleceram. Os familiares colocam uma foto do falecido e tudo que ele gostava de comer ou tomar nesses altares. Segundo a cultura, o morto é atraído pelas comidas e vem visitar seus parentes”, explica Ana.

Já para Sebastian, o que o surpreendeu foi perceber que os dois países são parecidos em muitos pontos, mas o que chamou sua atenção foi o aspecto social. “Para mim os brasileiros, e neste caso os erechinenses, são muito mais abertos, gentis e amigáveis do que os mexicanos. Todos me acolheram muito bem na minha chegada”, relembra.

O carinho do jovem por Erechim foi tanto que ele já planeja visitar a cidade novamente no futuro. “Eu gostei tanto e tão rapidamente daqui que, com um mês de intercâmbio, eu já estava planejando voltar para cá no futuro. Continuo aprendendo e me apaixonando cada vez mais por este lugar”, conta Sebastian.

Volta para casa

Ana, que já retornou para casa, conta que é ótimo rever a família e os amigos, mas que ficou com o coração dividido. “Voltar para casa é muito bom, poder rever minha família, meus amigos, mas também foi bastante difícil se despedir de todas as pessoas incríveis que eu conheci no México. Hoje eu tenho certeza que meu coração tem duas casas”, conta

Para Sebastian a volta para casa é mais difícil do que a partida. “Voltar para o México sem dúvida é um dos momentos mais marcantes e ao mesmo tempo mais doloroso de minha vida. Vai ser bom rever minha família, mas vai é difícil me despedir de todas as pessoas que conheci aqui em Erechim”, conta.

Com a aventura encerrada, os dois contam que construíram uma amizade forte e ajudaram um ao outro durante a experiência. “Nosso contato se tornou praticamente de irmãos. A gente troca muitas experiências e se ajuda muito. Essa é a parte mais legal da experiência com o Rotary porque podemos ter a oportunidade de criar laços e também mostrar a nossa cultura para o outro”, finalizam.

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