Histórias da Realeza: Conheça a História de Cléo de Páris, Rainha da VII Frinape
Rainhas da Frinape: Conheça as mulheres que fazem parte da história de Erechim
Em 1966, Erechim recebia a primeira edição da Frinape, Feira criada com o objetivo de potencializar a economia regional, e que ao longo dos anos conquistou o coração dos erechinenses, se tornando símbolo da cidade. A Feira traz indústria, comércio, serviços, agropecuária, tecnologia e entretenimento, mas o que encanta desde a criança mais nova até a geração mais antiga são as rainhas que já passaram por lá. Toda edição uma nova jovem é eternizada na memória de quem passa pela feira. Seja pela beleza ou pelo carisma, elas sempre são lembradas.
Aos 20 anos de idade Cleomara Regozo viu sua vida mudar ao ser coroada Rainha da Frinape em 1992 e conta que a experiência trouxe um despertar dentro dela como mulher. “Eu era muito jovem, tinha 20 anos e ainda estava me entendendo como mulher no mundo. Naquele momento, ter a possibilidade de exercer uma posição de poder me fortaleceu bastante, porque o mundo era outro e as questões de feminismo, por exemplo, ainda não estavam em pauta como estão hoje”, conta.
Apaixonada por comunicação e pelo contato com o público, a Rainha da VII Edição da Feira relata que sua maior inspiração para o concurso foi a professora de balé, que também já havia sido eleita como Rainha da Frinape. “Eu estudei balé por 9 anos e gostava muito de ter contato com o público, tinha desenvoltura e sempre li e estudei bastante. Minha professora de balé era a Kátia Franklin, que eu admirava e ainda admiro muito. Ela tinha sido rainha da Frinape em 1984 e foi minha grande inspiração”, relata.
Cléo conta que, apesar do tempo, o carinho das pessoas permanece com ela até os dias de hoje. “Um sentimento doce me invade quando lembro daquele período, mesmo que eu e o mundo fossemos diferentes. A memória mais vívida que tenho é do acolhimento que recebi por parte de toda a equipe que me acompanhou e de todos que estiveram na Frinape naquele ano. Era lindo o carinho genuíno que eu e as princesas recebíamos”, relembra.
“Não posso deixar de lembrar do estilista Eduardo Sampaio, que me vestiu para o desfile do concurso, fez meus trajes de Rainha e seguiu comigo por um longo tempo, dedicando sempre seu talento e carinho. Ele faleceu em 2018, foi uma figura muito importante para a cidade de Erechim”, conta.
A jornada como Rainha despertou o sentimento de pertencimento e empoderamento que a impulsionaram a seguir seu sonho de atriz. “Eu entendi que pertencia a uma comunidade, que tinha valor e que as mulheres tem valor. Naquela época eu já tinha vontade de seguir a carreira de atriz, e acredito que ter passado por essa experiência me empoderou e ajudou na minha trajetória, me fez entender que eu pertencia a esse lugar”, conta Cléo.
Hoje, Cleomara Regozo é Cléo De Páris, atriz que mora em São Paulo e que realiza sonhos. “Não sou mais aquela menina curiosa, descobrindo o mundo. Hoje sou uma mulher que seguiu seus sonhos, apesar das dificuldades, e que se posiciona sem medo. Se hoje posso trabalhar com grandes atores e ter minha vida cheia de sonhos, superações e conquistas, é graças àquela menina que foi Rainha da Frinape e que ainda me ensina muita coisa”, finaliza.
As princesas daquele ano foram Karime Tonin – italiana, Vivian Skzypek – polonesa, Andréa de Oliveira Machado – nativa, Silvana Roismann – israelita, Daniela Kopp – alemã.