Indústria de sucos integrais vira alternativa para fugir da crise
Dados do IBGE revelam uma produção robusta de laranja, alcançando quase 17 milhões de toneladas em 2022
Com a laranja sendo a fruta mais cultivada no Brasil, dados do IBGE revelam uma produção robusta, alcançando quase 17 milhões de toneladas em 2022. No entanto, as projeções para a próxima década indicam um crescimento modesto, prevendo 17,7 milhões de toneladas até o ciclo agrícola 2032-2033.
No epicentro da produção, no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro, o Fundecitrus projeta uma leve queda na safra 23/24, impactada pelo greening e pela necessidade de replantio de pomares antigos, contribuindo para uma redução de 2,12 milhões de caixas em relação ao cálculo inicial.
O recuo na produção local repercute nos preços internacionais, especialmente devido aos estoques globais apertados. Em junho de 2023, o volume de suco de laranja concentrado congelado estava 40,7% menor em comparação com o mesmo período de 2022, segundo a CitrusBR. Eventos climáticos extremos e a incidência do greening também afetaram importantes produtores mundiais, como os Estados Unidos.
Apesar desses desafios, a indústria de sucos integrais emerge como uma alternativa para a crise. Nos últimos dez anos, a bebida conquistou espaço nas gôndolas dos supermercados brasileiros, com um consumo per capita de seis litros ao ano. Empresas do setor, como a Natural One, investem em processos rigorosos e sustentáveis, desde a seleção das laranjas até o envase estéril do suco, sem adição de conservantes.
Com a capacidade de envasar cerca de 700 mil litros por dia, a indústria do suco de laranja no Brasil demonstra não apenas liderança na exportação da commodity, mas também a capacidade de oferecer globalmente um produto pronto para beber, garantindo qualidade e saúde. A estratégia do setor agora se concentra na consolidação e expansão nos mercados internacionais, destacando China, Canadá e México como apostas estratégicas para o futuro.