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Religião

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Irmã-m0rte!

Confira

Por: Pe. Maicon A. Malacarne
Fotos: Reprodução

Finados é uma celebração exigente! Ninguém quer falar da morte, porque o nosso tempo tornou a morte o maior dos tabus. Vivemos como se fôssemos imortais! Para isso, vale tudo para não tocar no assunto, mesmo as custas de traumas, de feridas abertas, de reconciliações que nunca foram realizadas!

Não falamos mais sobre a morte porque também deixamos de falar sobre a vida. Estamos reduzidos. Tudo virou correria, tudo é relativo, tudo deve ser dimensionado por dividendos, dividido entre úteis e inúteis, e a vida vai se tornando uma máquina de repetição. Uma repetição enferrujada! Se a vocação mais humana é ampliar, ascender, estrapolar barreiras – “crescei e multiplicai” – a nossa vida (e a morte!) tem sido cada vez mais apagada, diminuída, ninguém pode falar, ninguém deve falar…

São Francisco ensinou a chamar a morte de irmã: “porque ela está conosco desde o nascimento”, disse. É a nossa companhia! Fernando Pessoa escreveu que “a morte é a curva da estrada”. É bonito! A irmã morte está ali, na frente, na curva, do outro lado, isnvisível, mas como ensinou São Paulo “o que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno”. A verdade é que o “essencial é invisível aos olhos”, diz Antoine de Saint-Exupéry.

O dia de finados – na memória, honradez e oração pelos mortos – seja oportunidade de falar mais sobre a morte (sobre a vida, de fato!), de verbalizar os medos, de encontrar o sentido, de ativar a esperança, de abraçar essa irmã que está do outro lado da curva, e permitir que ela acalme nossos desesperos interiores e acalente palavras possíveis de serem ditas, enfrentamentos de que temos nos escondido, para exprimir um suspiro novo, novo: de ressurreição!

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