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‘Memórias de Nina’, espetáculo sobre a violência sexual na infância e na adolescência, retorna às atividades

A primeira cidade a receber 'Memórias de Nina', depois do período de isolamento, é Nonoai

Por: Ascom

A violência e sexual na infância e na adolescência aumentou consideravelmente no contexto da pandemia da COVID-19. O tema, que já mereceria atenção constante e iniciativas dos diversos segmentos sociais, precisa alcançar agora um patamar de visibilidade e mobilização bem maior. Isso não significa que antes de 2020 o abuso e a violência sexual infantil e juvenil não encontravam antagonismo em diversas frentes; pelo contrário, foi nesta toada que a Dueto Produções Culturais e Artísticas Ltda., ainda em 2006, estreou o espetáculo “Memórias de Nina”, que até março de 2020, quando a produtora precisou cancelar a agenda de apresentações por conta da pandemia, já havia circulado por mais de 300 cidades dos três estados da Região Sul e interior de São Paulo. A Dueto, produtora erechinense, volta agora, observando todas as recomendações sanitárias dos municípios contratantes, a circular com o espetáculo.

Ao mencionar a importância da montagem, Fabiano Tadeu Grazioli, responsável pela direção e dramaturgia, destaca dois aspectos. O primeiro diz respeito ao próprio teatro: “Memórias de Nina” é capaz de proporcionar o contato com a linguagem cênico-teatral, ou seja, no caso desta montagem, com a literatura dramática transformada em espetáculo teatral, e a oportunidade de adentrar na temática abordada pela linguagem artística por excelência, que é a da encenação teatral, ao invés da linguagem informativa, publicitária ou jornalística como a questão vem sendo apresentada ao público que geralmente assiste ao espetáculo.”

No segundo aspecto, Fabiano pontua a temática: “De um modo sensível, “Memórias de Nina”, oportuniza a inserção do público nos debates sobre o abuso e a violência sexual na infância e na juventude e possibilita compreender os contextos a partir dos quais a problemática se apresenta, bem como alguns de seus desdobramentos na sociedade contemporânea, o que vai ao encontro da urgência de se abrir espaço para a discussão sobre um tema muitas vezes negligenciado.”

A tendência de a procura do espetáculo ocorrer motivada, muitas vezes, pelo tema, principalmente quando do aumento significativo da incidência de casos da violência em questão impulsionado pela pandemia, parece apontar um viés que compromete o caráter artístico da montagem ou desmerece seus contornos estéticos, já que atribui ao teatro um caráter utilitário. Nesse sentido, Fabiano comenta: “Um dos propósitos da montagem é também agregar à experiência artística um conteúdo capaz de oferecer entendimento acerca de questões complexas, chamadas de “temas fraturantes” na literatura juvenil. Contudo, a experiência de assisti-la aproxima a nossa proposta artística à temática e vice-versa.”

A primeira cidade a receber “Memórias de Nina”, depois do período de isolamento, é Nonoai, na região Médio Alto Uruguai do RS, numa contratação do poder público municipal, no dia 10 de dezembro deste ano. As sessões vão ocorrer no Clube Recreativo Nonohayense, às 10h, 14h, e 19h e terão como público as escolas públicas e particulares do município. No entendimento da Secretaria de Assistência Social de Nonoai, a apresentação do espetáculo não pode estar condicionada à semana do 18 de maio, quando se discute nacionalmente o enfrentamento à violência sexual infantil e juvenil. Assim, quando a Dueto Produções retomou à circulação do espetáculo e os protocolos sanitários do município permitiram, a equipe da secretaria reagendou as apresentações que haviam sido adiadas no primeiro semestre de 2020.

O público a que “Memórias de Nina” se destina é a faixa etária a partir de 10 anos, em especial pré-adolescentes, adolescentes e jovens. É claro que o público adulto também pode assistir ao espetáculo, inclusive, muitas sessões são realizadas para essa plateia, que compõe de “rede de proteção” das crianças e dos adolescentes.

É importante salientar que, na peça, as cenas de violência sexual são apresentadas de maneira simbólica, uma escolha concebida já na dramaturgia e articulada na direção. Gabriele Dors interpreta o monólogo, que exige que ela intercale ao texto diversas canções infantis, trabalho amplamente elogiado pela carga dramática com que a atriz o realiza. Jolcinei Luis Bragagnolo apresenta uma cenografia de poucos elementos à montagem, que são potencialmente aproveitados na encenação. O figurino, também criação do artista, joga com elementos que ampliam os significados da dramaturgia e da encenação. As instituições interessadas em receber mais informações sobre o espetáculo podem escrever para [email protected], ou entrar em contato pelo número (54) 991134173 (telefone e whatsapp), dirigindo-se a Fabiano Tadeu Grazioli, que também cuida das atividades da produtora. Os agendamentos do espetáculo para 2022 estão sendo realizados, bem como como a organização do projeto de circulação para o mês de maio.

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