O amor é a fonte!
Ama e começa de novo!
«Deus amou tanto o mundo», foi uma das expressões usadas na continuidade do diálogo noturno entre Jesus e Nicodemos, conforme o evangelho de hoje (Jo 3,16-21). É muito curioso que o verbo esteja no passado: Deus amou! É algo como para dizer: não há dúvidas sobre o amor de Deus, é um amor seguro! Nossa biografia está marcada com o sinal do amor! Há sempre um antes e depois da experiência do amor!
Nos relatos da Transfiguração (Mc 9,2-8; Lc 9,28-36; Mt 17,1-13), Jesus foi chamado por Deus de «Filho amado». Toda missão de Jesus estava ligada a experiência de sentir-se amado. É por isso que chamava Deus de Pai, por isso comunicou um Deus próximo, misericordioso, justo, porque carregava a marca do amor.
Sentir-se amado por Deus é o ponto de partida da fé! Por dentro do amor, conseguimos construir novas relações, na intimidade de quem ama. Essa é uma tarefa fundamental de quem se coloca na esteira da evangelização: facilitar o amor! (Pensemos, por exemplo, a tarefa dos catequistas se, mais do que conteúdos e ideias, conseguirem ajudar as crianças, jovens e adultos a crescerem no amor a partir da experiência de sentir-se amados). Comunicar o amor significa compreender o contexto, as linguagens, os meios que mudam e precisam ser atualizados.
De fato, Deus amou o mundo e, portanto, o amor de Deus está no mundo! Por muito tempo foi reforçada uma espiritualidade distante do mundo, sem preocupação com a realidade. O evangelho recorda que toda experiência de amor se dá dentro da realidade e com os olhos abertos para o futuro.
O amor cresce no paradoxo, na tensão! É no mundo que se ama e que descobrimos ser amados! É no mundo real, histórico, sem as arriscadas fugas, que ouvimos Jesus dizer: «como Deus amou, ama você também»! Ama e começa de novo!