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Religião

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Somos “Judas” e somos “Pedro”!

Na traição, na negação, na violência da cruz, aprendemos com Deus sobre uma escola de amor!

Por: Pe. Maicon A. Malacarne
Fotos: Reprodução

Na Divina Comédia, Dante reservou o último círculo do Inferno aos traidores. Ali mora Lúcifer, o traidor de Deus: com três cabeças, cada boca «morde eternamente» os três maiores traidores da história: Judas, que traiu Jesus; Brutus e Cassius que se uniram para trair Júlio Cesar, Imperador romano. Brutus era um dos súditos favoritos do imperador que quando se percebeu traído disse a frase que entraria para a história: até tu, Brutus?

Coloquemos nosso olhar sobre Judas! Paul Claudel escreveu um monólogo chamado ‘A morte de Judas’. Judas fala, depois de morto, sua versão da entrega! Não tenta se defender porque tem consciência do que fez, mas sugere que todas as suas atitudes são de alguém que não se deixou tocar por Jesus, uma espécie de materialismo exagerado. A obra indica o significado da separação entre fé e razão, entre liberdade e medo, colocando Judas no lugar racional e medroso, o humano fechado em si. Por outro lado, como seguem muitos autores, Claudel sugeria que Judas levou ao cumprimento os desígnios de Deus! É nessa linha também que o escritor Nikos Kazantazakis perdoa Judas: pela traição é possível a morte de Jesus e a nossa redenção!

O evangelho de hoje, na despedida de Jesus, dá lugar para o anúncio da traição de Judas e a fraqueza de Pedro que negou conhecer Jesus. Judas e Pedro revelavam no seu tempo a condição humana! Todos somos um pouco Judas e um pouco Pedro! Andamos a sombra do egoísmo que leva a trair quem amamos a fim de satisfazer desejos pessoais e momentâneos.

Judas e Pedro são colocados dentro de um percurso maior: a traição e a negação, embora escolhas erradas, podem abrir espaço para a comunicação de Deus! Pedro e Judas estão imersos no mesmo paradoxo da cruz, que, embora trágica, é capaz de revelar a plenitude do amor porque não tem fim em si mesma!

Na traição, na negação, na violência da cruz, aprendemos com Deus sobre uma escola de amor que pode ampliar a fragilidade e fazer novas todas as coisas!

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