Artigo: Sexo e Envelhecimento – A Verdade que Você Precisa Conhecer!
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À medida que a população idosa aumenta, torna-se essencial discutir temas sobre a sexualidade e seu impacto na qualidade de vida na terceira idade. Desafiando estereótipos enraizados, pesquisas mostram uma perspectiva diferente: a sexualidade mantém-se como um elemento crucial, enriquecendo o bem-estar emocional e físico.
A visão tradicional muitas vezes sugere que a sexualidade é um domínio exclusivo da juventude, enquanto a sociedade frequentemente projeta uma imagem da velhice marcada pela ausência de intimidade. No entanto, pesquisas recentes desafiam essa concepção, mostrando que os idosos não apenas mantêm interesse e desejo afetivo, mas também buscam outras formas de vivenciar a sexualidade a partir de um conjunto de manifestações e expressões de afetos, carinhos, toques, que não somente o ato sexual.
Um estudo abrangente conduzido com 130 idosos revelou que, independentemente do estado civil, há um claro desejo de manter relações físicas e emocionais. Entre os casados, esse desejo por contato físico é particularmente forte, enquanto viúvos e solteiros também expressam significativas necessidades afetivas e sexuais. Curiosamente, os homens tendem a mostrar um interesse mais acentuado por relações sexuais, enquanto as mulheres valorizam quase igualmente a possibilidade de sexo e outros tipos de contato físico (UMIDI et al., 2007, apud MADRUGA e VIANA, 2010, p. 28).
Os achados dessas pesquisas sugerem que a saúde dos idosos depende não só de fatores médicos e físicos, como comorbidades e autonomia funcional, mas também de uma vida emocional e afetiva rica. A interação afetiva e sexual não apenas alivia o isolamento e a solidão, mas também ajuda a manter a autoestima e a identidade pessoal. Além disso, a sexualidade na velhice não se limita apenas ao aspecto físico do ato sexual, mas abrange uma ampla gama de expressões afetivas, emocionais e sociais, sendo reconhecida como um dos pilares do envelhecimento ativo, contribuindo significativamente para a qualidade de vida dos idosos.
No entanto, é importante reconhecer que o processo de envelhecimento traz consigo mudanças fisiológicas e psicológicas que podem influenciar a expressão da sexualidade. O declínio na produção de hormônios sexuais, pode resultar em alterações específicas no corpo e na resposta sexual.
Promover o diálogo aberto e o entendimento mútuo entre os parceiros é essencial para superar possíveis desafios relacionados à sexualidade na velhice. A aceitação das necessidades e limitações do outro, juntamente com o conhecimento da fisiologia da resposta sexual, pode fortalecer a intimidade e melhorar a qualidade dos relacionamentos nessa fase da vida.
Concluindo, é fundamental que a sociedade, os profissionais da saúde e as famílias acolham e valorizem a sexualidade na velhice como uma parte natural e positiva do ser humano. Ao cultivar um ambiente que estimula o diálogo aberto e promove uma educação continuada sobre a sexualidade dos idosos, estamos empoderando essa população a viver com plenitude, dignidade e felicidade. Esse esforço conjunto não só desafia estereótipos ultrapassados, mas também traça o caminho para um futuro onde todas as etapas da vida serão apreciadas.
Escrito pelas acadêmicas: Ana Clara de Carvalho Rovani, Bruna Poncelet Caldart, Julia Carolina Laier Pan, Letícia Kurek e Marina Debroin de Oliveira.
Professor: Paulo Kautz.